quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Porque as Varizes aparecem ?



O defeito nas veias das pessoas que têm varizes está nas válvulas e nas paredes das veias. Existem dois tipos de veias nos membros inferiores, as veias superficiais que ficam sob a pele, na camada de gordura e que podem ser visíveis e existem as veias profundas que ficam no meio da musculatura da perna e não são visíveis, e existem ainda as veias comunicantes, que ligam as veias superficiais e profundas. As válvulas orientam o sangue nas veias dos membros, sempre da veia superficial para a profunda, através da veia comunicante, e impedem que o sangue faça o caminho errado, descendo pelas veias, quando a pessoa está de pé ou sentada.

As artérias levam o sangue do coração para todo o corpo. O sangue então, depois de oxigenar e alimentar as células, retorna para o coração através das veias. Quando a pessoa está em pé ou sentada, o sangue vai para o pé com facilidade, porque o coração impulsiona e, além disso, para baixo é mais fácil. Mas, como o sangue retorna, se na perna não há coração? - Quando se está em pé parado ou sentado, existe mesmo uma certa dificuldade para o sangue voltar para o coração.

 Nas pessoas em que as veias têm válvulas e paredes normais o sangue aguarda a oportunidade de voltar, sem causar nenhuma alteração. Nas pessoas em que as válvulas estão doentes acontece, então, uma inversão no caminho do sangue, que passa a ir de cima para baixo e da veia profunda para a superficial. Este fato provoca um aumento do volume sanguíneo dentro da veia superficial, ocorrendo o processo de dilatação e aparecimento das varizes.O sangue volta para o coração através do coração periférico, que na verdade, existe. É a musculatura da panturrilha ("batata da perna"). Mas este coração só funciona quando nos movimentamos, contraindo e relaxando o músculo da perna. Quando os músculos se contraem, impulsionam o sangue para cima realizando a circulação.

O Papel das Veias Safenas

Nós possuímos 4 veias Safenas, 2 em cada membro, a Safena Magna e a Safena Parva. A Safena Magna é uma veia que vai desde a parte interna do tornozelo até a virilha, correndo pela parte de dentro da perna e coxa. A Safena Parva vai desde a parte lateral do tornozelo, até o joelho, correndo pela parte posterior da perna. Esta veia ficou famosa pela chamada operação de "ponte de safena", que é uma cirurgia do coração, que nada tem a ver com as varizes. As veias safenas são pouco importantes para a circulação normal da perna, e por isso podem ser retiradas sem problemas. Mas como são veias superficiais, de fácil acesso, extensas, e de bom calibre, com paredes espessas, são retiradas para substituir outros vasos ocluídos, como as coronárias, artérias principais do coração. As safenas são então uma espécie de "estepe" de vasos do corpo.

Entretanto, as veias safenas têm ligação com todas as veias da superfície da perna, e frequentemente estão envolvidas na doença varizes. Quando isto ocorre, elas ficam muito dilatadas, e necessitam ser retiradas. O médico tem sempre o cuidado de não retirar todas as quatro, retira apenas as mais doentes, deixando algumas, que estão perfeitas, ou pouco doentes, para a eventualidade de ser necessário em cirurgias cardíacas, ou mesmo para substituir um outro vaso importante do corpo que esteja alterado, ou que sofreu um corte como em um acidente, por exemplo.

Todas as veias dos membros estão interligadas. É como se fosse uma árvore, onde as safenas são as raízes , os seus ramos são os troncos, as microvarizes, são os galhos , e os vasinhos são as folhas .

No tratamento é importante identificar onde está o problema, e tratar todas as áreas que estão envolvidas, para se obter um resultado prolongado. Se forem só os vasinhos, as "folhas" que estão acometidos, então só eles serão tratados. Se as microvarizes, "os galhos", também estão, então devem ser também tratados, do contrário nascerão novas folhas. Se as "raízes", as safenas estão doentes, ou estão seus ramos os "troncos", então todos devem ser tratados.

Por este motivo, um exame clínico detalhado deve ser feito pelo médico especialista na consulta inicial, que vai determinar os caminhos que o sangue segue, e conhecendo o tipo das varizes, vai propor o tratamento melhor. Se necessário o médico vai solicitar ultrassom, pletismografia ou mesmo radiografias ou angioressonância para bem avaliar as alterações e programar o tratamento. Mas os médicos mais experientes, com o simples exame clínico, já diagnosticam e sabem exatamente o que fazer para melhorar, tanto os problemas estéticos, como a doença.

Ficar em pé e sentado são as posições que mais favorecem o aparecimento de varizes.
As posições que favorecem o aparecimento de varizes são ficar em pé parado ou sentado. Como já vimos, nestas posições existe dificuldade para a circulação de retorno e é justamente quando as varizes aparecem. Estando em movimento fazemos funcionar o coração periférico, que impulsiona o sangue para cima evitando o aparecimento de varizes e quando estamos deitados o coração fica no mesmo nível da perna, o que facilita o retorno do sangue, se estivermos com os pés elevados, o coração fica para baixo e os pés para cima e o retorno sanguíneo então é muito favorecido.

Porque aparecem veias de vários tamanhos desde os vasinhos da pele até as grossas veias
Quando as veias maiores da superfície se dilatam, temos o aparecimento das grandes varizes, chamadas de grosso calibre. Quando são ramos destas veias que se dilatam, ou na fase inicial da doença, temos as chamadas microvarizes, que são trajetos azulados vistos sob a pele. Quando são as veias da própria pele que se dilatam, temos os vasinhos, cujo nome técnico é telangiectasia. Telangiectasia significa: tele é longe, angio é vaso e ectasia é dilatação, portanto, dilatação do vaso distante.

As veias safenas são as veias superficiais principais, e estão envolvidas no processo de aparecimento de varizes. Como já vimos existem duas em cada perna, a safena magna e a safena parva.

Existe comunicação entre as varizes, microvarizes e "vasinhos", tudo ocorre como se fosse uma rede, que transmite a pressão do volume de sangue. Quem dilata primeiro é que recebe maior volume de sangue no sentido errado (de cima para baixo e de dentro para fora, o inverso do normal, de baixo para cima e de fora para dentro), ou onde o sangue fica mais represado. A veia da pele gera o "vasinho". Quando se dilatam as microveias, aparecem as microvarizes e quando se dilatam as veias superficiais maiores levam ao aparecimento das varizes. Se o refluxo (caminho inverso do sangue) ou o acúmulo de sangue atinge só uma parte das veias, só estas se dilatarão, se atinge todas, todas dilatarão.

Se o refluxo ocorre só na pele, teremos os vasinhos, então para tratar, basta cuidar destes pequenos vasos. Mas se uma veia provoca refluxo para a pele, esta cria os vasinhos para acomodar o sangue. O tratamento então é retirar os vasinhos, mas também a veia que provoca o refluxo ou acúmulo. Este quadro é chamado de "telangiectasias combinadas", que são os vasinhos ligados a uma veia, e os dois com alterações. Este processo é muito amplo nos membros, podendo haver acúmulo e refluxo atingindo vários tipos de vasos, ao mesmo tempo ou isoladamente. Assim uma safena pode provocar refluxo para as veias da pele, ou refluxo para as colaterais, e dependendo do que dilatar teremos os diversos tipos de varizes.

É muito importante um exame inicial cuidadoso do médico, antes de qualquer tratamento, porque ele vai identificar pelo exame clínico ou com aparelhos de ultra-som estes caminhos que acontecem na árvore venosa, identificar se há problemas nas safenas (raízes), nas colaterais (troncos), nas reticulares ou microvarizes(galhos) e nas telangiectasias ou vasinhos ( folhas). Uma vez identificado, vai propor as melhores opções de tratamento, considerando a doença e a estética.

As varizes têm vários graus de comprometimento da saúde, mas existem também questões estéticas envolvidas.
As varizes do TIPO 1 são varizes leves que não expõem os seus portadores a risco de complicações imediatas, embora possam provocar manchas e sangramentos no futuro e são as de interesse maior estético.

As do tipo 2, estéticas e funcionais e 3, funcionais, podem ser leves ou graves dependendo do grau de acometimento. Mas mesmo que estejam entre as leves, a doença já está presente, prenunciando problemas para o futuro, e assim devem ser tratadas, sempre que possível.

As do tipo 4 são as varizes graves são as que podem provocar sérias complicações, como, tromboflebite, embolias, edemas, eczema, úlceras (feridas) e hemorragia. São um sério problema, que, às vezes não se manifesta por muitos anos. O aparecimento das complicações levam o paciente a incapacidades e até mesmo, quando ocorrem tromboflebites e embolias, ao risco de vida. Entretanto, mesmo estas varizes de maior gravidade podem ser tratadas com técnicas modernas que realizam a sua correção com mínimas cicatrizes e marcas.

As varizes leves podem ser tratadas de acordo com o desejo do próprio paciente e com a orientação do médico. Já as varizes graves devem ser tratadas sempre que possível. O tratamento das varizes leves quando realizado, apesar de não ser imediatamente necessário do ponto de vista de saúde, não é inútil, porque estas varizes que agora configuram um problema que atinge mais a auto-estima do paciente, serão doença no futuro, e além do que embora raramente, podem apresentar complicações. Então o tratamento estético de varizes, é, além de um cuidado com a aparência, um tratamento de uma doença. Tratar as varizes estéticas é "unir o útil ao agradável". Agradável é melhorar a aparência e a auto estima, útil é controlar uma doença que pode causar complicações no futuro.

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